O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) vai operar recursos da ordem de R$ 355,5 milhões para financiar a safra 2021/2022 do café, que se inicia em julho. Os valores foram disponibilizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio do Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira).

O governador Romeu Zema ressalta que este valor é o maior orçamento do fundo no Brasil em se tratando de instituições bancárias com atuação regional, e o sexto maior no cômputo geral. “Esses recursos disponibilizados pelo BDMG, por meio do Funcafé, são resultado do nosso trabalho sério e da atuação junto ao governo federal. O financiamento da safra é de extrema importância para o fortalecimento da economia cafeeira mineira”, afirma o governador.

Os recursos beneficiarão cooperativas e empresas de todos os portes, por meio do financiamento de insumos, máquinas e implementos, estocagem, colheita e formação de lavouras. “Minas é o maior produtor nacional de café, um produto altamente estratégico para a economia do Estado. Em um contexto de pandemia, o BDMG tem aprofundado sua atuação para prover competitividade para esta cadeia de valor, apoiando desde as pequenas empresas até as grandes cooperativas”, afirma o presidente do banco, Sergio Gusmão.

Para a safra 2020/2021, que se encerra, o BDMG recebeu inicialmente R$ 392 milhões via Funcafé, mas pleiteou novos limites que levaram o banco à contratação recorde de R$ 462 milhões, 100% do valor que lhe foi disponibilizado ao final do processo. “Os números mostram que os recursos disponibilizados estão sendo alocados pelo BDMG com eficiência. Por isso, já iniciamos tratativas junto ao Ministério visando à extensão do limite do banco para esta nova safra, tal como fizemos nesta que se encerra”, ressalta Gusmão.

Três linhas de crédito

Por meio do Funcafé, são três as linhas de crédito disponibilizadas pelo BDMG ao mercado. A primeira, Funcafé Comercialização, é voltada para cooperativas de produção, com prazo de 12 meses de pagamento. A segunda linha é a FAC – Financiamento à Aquisição de Café –, também com prazo de 12 meses, destinada aos comercializadores e exportadoras, indústrias torrefadoras e de café solúvel, além de cooperativas. Já a terceira linha é focada no financiamento de capital de giro para cooperativas de produção e para a indústria de café solúvel e de torrefação, com prazo de 24 meses para pagamento.

Brasília, 28 de junho de 2021 – O Embaixador do Reino Unido no Brasil, Peter Wilson, e o presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais – BDMG, Sergio Gusmão, assinaram um memorando de entendimento na manhã desta segunda-feira (28/06) com objetivo de atrair capital privado para investimentos verdes no estado. Por meio do acordo, o Reino Unido apoiará o desenvolvimento de ferramentas e metodologias que permitirão ao BMDG aperfeiçoar os seus instrumentos de financiamento a infraestruturas de baixo carbono no estado de Minas Gerais.

O acordo faz parte do compromisso britânico com o estado na área de clima e meio ambiente assumido em dezembro de 2020, por meio de um acordo com o governo mineiro, para acelerar a descarbonização de sua economia e aumentar os fluxos de investimentos internacionais. Como parte dessa parceria, no início do mês, Minas Gerais aderiu à campanha das Nações Unidas, Race to Zero, e se comprometeu a zerar as suas emissões líquidas de carbono até 2050, se tornando assim o primeiro estado da América Latina e do Caribe a fazer parte desta campanha internacional.

A transição de longo prazo para um futuro de emissões líquidas zero e resiliente requer trilhões de dólares em investimentos e uma mudança sem precedentes no sistema financeiro global. Essa transição apresenta imensas oportunidades econômicas e de desenvolvimento, mas hoje existe uma grande lacuna entre as necessidades e os fluxos financeiros reais. A parceria surge, justamente, para diminuir essa lacuna.

“A adesão de Minas Gerais à campanha Race to Zero foi um sinal claro sobre a direção da descarbonização de sua economia. Alcançar este objetivo irá requerer níveis sem precedentes de investimentos em tecnologias, serviços e, sobretudo, infraestrutura verde e de baixo carbono. O Reino Unido é uma liderança no setor de serviços financeiros verdes e um parceiro ideal para mobilizar os fluxos de capitais necessários. Por meio da robusta experiência técnica do BDMG, que vem se destacando na agenda climática no Brasil, queremos apoiar os mineiros no desenvolvimento de seu mercado de finanças verdes”, afirma Peter Wilson, embaixador britânico no Brasil.

O BDMG tem fortalecido continuamente sua atuação em prol do financiamento sustentável. Desde 2020, cerca de 50% dos desembolsos do banco estiveram sintonizados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, com destaque para projetos relacionados à transição energética. “Em linha com as diretrizes e compromissos firmados pelo Governo de Minas, a assinatura deste memorando abre novas possibilidades para o BDMG ampliar o financiamento climático, em apoio a uma transição econômica sustentável em Minas Gerais. Agradecemos a confiança depositada pelo Governo do Reino Unido nesta parceria e esperamos criar, em conjunto, instrumentos financeiros capazes de gerar impacto socioeconômico ainda mais efetivo e com capilaridade em todo o território mineiro”, afirma Sergio Gusmão Suchodolski, presidente do BDMG.

A pauta climática e de uma recuperação econômica resiliente são prioridades para o governo britânico. Em novembro, o Reino Unido sediará Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas (COP26), onde a transição para uma economia de baixo carbono e a implementação do Acordo de Paris serão temas centrais.

Até a COP26, o Reino Unido trabalhará com países, atores subnacionais, setor privado e investidores para alinhar os fluxos financeiros globais com as metas do acordo de Paris, movendo-os de setores intensivos em carbono para atividades e infraestrutura sustentáveis e resilientes, capturando estas oportunidades econômicas.

Neste contexto, o Reino Unido quer motivar os setores financeiro e privado brasileiros a se moverem conjuntamente cada vez mais nesta direção e se propõe a apoiar a facilitação de fluxos financeiros privados sustentáveis para o país.

O BDMG vem se posicionando como o Banco de Desenvolvimento subnacional brasileiro mais ativo nas pautas de clima e finanças verdes. A cooperação entre o Governo Britânico e o Governo de Minas Gerais rumo à COP26 incentivou uma colaboração natural com o BDMG. A parceria é a primeira com um banco subnacional e faz parte das iniciativas do Governo Britânico junto a bancos de desenvolvimento do país para viabilizar um fluxo de investimento mais eficiente e efetivo para o direcionamento de recursos do governo para infraestrutura sustentável, a fim de ampliar o volume e o acesso do financiamento privado para investimentos no setor e o número de projetos qualificados, impulsionando a transição do país para uma economia de baixo carbono.

A ideia é que a parceria apoie o desenvolvimento econômico do Estado de Minas apoiando o compromisso assumido pelo estado de neutralizar as suas emissões de carbono até meados do século.

A assistência técnica prevista no acordo apoiará o desenvolvimento de análise de riscos e benefícios e na estruturação de instrumentos financeiros e de projetos, com a integração de critérios ASG (Ambiental, Social e Governança), incluindo considerações climáticas. A parceria ainda tem o objetivo de apoiar e desenvolver iniciativas para promover a equidade de gênero, a inclusão social e a redução da pobreza no estado.

Como parte da sua estratégia, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) busca promover a economia de energia e incentivar ações favoráveis à redução das mudanças climáticas, sempre em consonância com as agendas globais de desenvolvimento sustentável. Nesse contexto, está o financiamento a projetos de eficiência energética e energia renovável. O contrato firmado com o Banco Europeu de Investimento (BEI), assinado em 2019, no valor de 100 milhões de euros, tem sido um dos principais indutores para a concretização destas iniciativas.

Entre janeiro e maio de 2021, o BDMG financiou, com os recursos captados do BEI, 7 projetos, mediante desembolsos que somam R$ 51 milhões e mais de R$ 125 milhões de investimentos totais. São 4 usinas fotovoltaicas, duas centrais geradoras hidrelétricas e um projeto de iluminação pública, distribuídos em 7 diferentes municípios de Minas Gerais. Durante sua vida útil, os projetos reúnem capacidade para gerar anualmente cerca de 53,80 GWh, que evitarão a emissão de cerca de 4,7 mil toneladas de CO₂/ano, economia de energia de mais de 9 GWh/ano de energia economizada e  250novos empregos gerados durante o período de investimento dos projetos, sinalizando a importância da canalização dos investimentos para tecnologias e atividades menos impactantes que favoreçam o desenvolvimento de uma economia limpa.

Total contrato BEI até o momento (somando desembolso 19, 20 e 21): R$ 141,4 milhões desembolsados e mais de R$ 275 milhões de investimentos totais em MG.

Confira dois exemplos:

CGH ALTO GLÓRIA

No município de Fervedouro/MG está em fase de implantação a Central Geradora Hidrelétrica (CGH) Alto Glória. O projeto foi financiado pela linha de crédito BDMG Sustentabilidade BEI. Para sua construção, estão sendo gerados cerca de 50 empregos. Estima-se que a emissão evitada por ano seja de 1.221,98 tCO2e/ano, com geração aproximada de 16.000 MWh/ano de energia renovável. A previsão é que a CGH entre em operação em março de 2022, atendendo às necessidades de empresas e indústrias da região.

Conheça o RCA (Relatório de Controle Ambiental) e o PCA (Plano de Controle Ambiental) do projeto.

CGH BAGAGEM ENERGIA S.A.

A Central Geradora Hidrelétrica (CGH) Bagagem Energia S.A. está em fase de implantação no Rio Bagagem, município de Estrela do Sul/MG. A construção da usina vai gerar cerca de 40 empregos diretos. O financiamento também está sendo realizado através da linha de crédito BDMG Sustentabilidade BEI, com previsão para entrar em operação também em março de 2022. A CGH terá capacidade instalada para geração de energia de 3 MW e uma geração aproximada de 17.900 MWh/ano de energia renovável. Além disso, com a usina em funcionamento estima-se que seja evitada a emissão de 1.344,90 tCO2e por ano. 

Conheça o RAS (Relatório Ambiental Simplificado) do projeto.

Saiba mais sobre a parceria com o Banco Europeu de Investimento AQUI e sobre a atuação do BDMG em prol do desenvolvimento sustentável AQUI.