Estão abertas as inscrições para a capacitação gratuita e online sobre agricultura regenerativa para cafeicultura. O curso é destinado a produtores rurais e profissionais de assistência técnica da rede pública e privada de todo o Estado. A iniciativa faz parte do Programa LabAgroMinas iniciado em 2022 por meio de parceria entre o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Cerrados e objetiva fomentar a agricultura regenerativa e descarbonizante no Estado e contribuir para competitividade do agronegócio mineiro.

As inscrições podem ser realizadas no link www.gaasbrasil.com.br/capacitacao_bdmg até 16 de setembro. A capacitação inicia em 17 de setembro, no formato de Ensino à Distância (EAD), e se encerra em novembro, com a entrega de certificado. Ao todo, serão sete módulos, com duração total de 40 horas, que incluem aulas sobre bioinsumos, manejo biológico para controle de pragas e doenças, uso de remineralizadores do solo, entre outros temas. A programação prevê, ainda, dias de campo que serão ministrados em três regiões diferentes de Minas Gerais. Complementarmente ao curso, serão selecionados projetos de transição da cafeicultura tradicional para a regenerativa para que recebam mentoria de especialistas no tema.

O presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto, afirma que esta é a segunda edição da capacitação em agricultura regenerativa. “Em 2023, foi a primeira vez que ofertamos a capacitação, tivemos mais de 400 inscrições e depoimentos muito satisfatórios dos participantes. Com isso, não tivemos dúvida de que seria necessário fazer uma nova edição em 2024”, pontua. “A transição para a agricultura regenerativa passa por uma demanda do mercado, sobretudo, de compradores internacionais, que desejam um café produzido com responsabilidade ambiental e social. A cafeicultura regenerativa agrega valor e aumenta não só a competitividade dos produtores mineiros, mas a resiliência das lavouras às mudanças climáticas. É uma diretriz do Governo de Minas fomentar a agricultura sustentável”, explica Viégas.

Ele lembra, ainda, que 50% de todos os financiamentos liberados pelo BDMG em 2024 estão alinhados a pelo menos um Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. “Mais do que oferecer financiamento para esses projetos, damos a capacitação e o apoio técnico necessário para essa transição”, reforça o presidente do BDMG.

As aulas serão conduzidas por pesquisadores da Embrapa, do Grupo Associado de Agricultura Sustentável (Gaas), da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), e por consultores com experiência reconhecida no tema.

 Recorde na exportação de café 

A agropecuária representou 39% do valor das exportações de Minas Gerais no primeiro semestre deste ano, somando US$ 8,2 bilhões, uma alta de 14% que garantiu novo recorde para o período. O resultado foi puxado pela alta demanda do café, que é carro-chefe das exportações do Agro em Minas, representando 42% das vendas, segundo a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

O volume de exportações do café mineiro cresceu 35% entre janeiro e junho de 2024, chegando a 15 milhões de sacas ou US$ 3,4 bilhões. Todos os principais mercados importadores registraram aumento superior a 20% na compra do produto. A China se destacou pela alta de 91,5%. O balanço reforça a importância dos produtores estarem cada vez mais preparados para competir internacionalmente.

Crédito viabiliza projetos

Além de ofertar a capacitação, o BDMG disponibiliza crédito com custos atrativos para incentivar a agricultura regenerativa. As linhas de crédito para financiar a estruturação da fertilidade do solo e a implantação de biofábricas, sistemas biodigestores e sistemas de compostagem já estão disponíveis via cooperativas de crédito parceiras dos sistemas Sicoob e Cresol.

Os interessados em saber mais sobre as linhas de crédito podem acessar o site do BDMG.

O volume de vendas no comércio varejista em Minas Gerais cresceu 5,1% no primeiro semestre de 2024, similar ao desempenho do Brasil, de alta de 5,2%. Em junho, contudo, o Estado registrou seu primeiro recuo no ano, de 1,4%. No país, a retração foi de 1% no mesmo mês. Os dados estão no Boletim Econômico do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), divulgado nesta quarta-feira (14/8) a partir de levantamento do IBGE.

O economista-chefe do BDMG, Izak Carlos da Silva, destaca que o desempenho negativo de 12,3% do setor de combustíveis e lubrificantes, entre janeiro e junho deste ano, impactou o resultado mineiro. No Brasil, a queda foi menor, de 1,9%.

“Estamos com uma gasolina mais cara no Estado do que na média do país em função do custo mais elevado do frete e do refino em Minas Gerais. Também estamos produzindo menos gasolina do que o restante do país. Assim, observamos uma substituição desse produto pelo consumo do etanol e gás natural, o que diminui a demanda por gasolina. Esse movimento tem efeito sobre a cadeia como um todo e sobre a comercialização de combustíveis”, explica. Ele lembra, ainda, que este setor tem um peso maior para Minas Gerais do que para o restante do Brasil.

Segundo ele, o comportamento do setor de alimentos e bebidas em Minas Gerais neste ano também está em níveis abaixo do esperado em função de uma acomodação das grandes redes no Estado em 2024.

Izak Carlos da Silva também pontua que o primeiro recuo do Estado está associado ao patamar elevado de atividades que Minas Gerais registrou nos últimos meses. “Observamos uma boca de jacaré, ou seja, Minas Gerais cresceu muito mais do que o Brasil no pós-pandemia. Isso significa que estamos no topo do nosso nível de produção e volume de comercialização”, afirma.

Os dados na íntegra do Boletim Econômico do BDMG estão disponíveis aqui.

O volume de Serviços prestados em Minas Gerais cresceu 1,9% em junho em relação ao mês anterior, avanço superior ao do país, de 1,7%. Com o resultado, o Estado alcançou o segundo maior volume de comercialização de serviços desde o início do levantamento realizado pelo IBGE, em 2012. Os dados estão no Boletim Econômico do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) divulgado nesta terça-feira (13/8). No primeiro semestre de 2024, Minas Gerais segue com um desempenho acima do nacional, somando 4,3% enquanto o país alcançou 1,6%.

O economista-chefe do BDMG, Izak Carlos da Silva, destaca que os números de junho estão acima daqueles projetados pelo mercado: 1,3% para o Estado e 1% para o Brasil. “Em junho, os serviços profissionais e administrativos, que costumam atender empresas e indústrias, se recuperaram depois de algumas quedas, acompanhando a retomada da atividade industrial mineira”, analisa.

Outro destaque, segundo ele, é o segmento de transportes que cresceu 3,8% no primeiro semestre em Minas Gerais e recuou 2,5% no país. “Temos o bom desempenho do transporte de carga em função da sazonalidade positiva da safra do café, da boa produção de minério de ferro e do setor agrícola em geral. O transporte de passageiros também vai bem, em sintonia com a alta do turismo mineiro”, explica.

O turismo segue contribuindo para o bom nível de serviços em Minas Gerais, que é o segundo Estado do Brasil com maior volume dessa atividade no país. O crescimento é de 9%, entre janeiro e junho, atrás apenas da Bahia, com alta de 9,1%.

Acesse o Boletim Econômico completo do BDMG sobre Serviços aqui.