Gestores públicos municipais interessados em realizar projetos relacionados à sustentabilidade, como eficiência energética, saneamento e tratamento de resíduos sólidos urbanos, poderão participar de forma gratuita de treinamentos que vão orientar e esclarecer dúvidas sobre a elaboração de projetos sustentáveis. O Programa de Mobilização dos Municípios para a Sustentabilidade é uma parceria entre o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), e tem por objetivo sensibilizar lideranças municipais de todas as regiões do Estado quanto à importância da elaboração e implantação de projetos sustentáveis nas cidades.

As inscrições gratuitas já estão abertas e podem ser feitas até 27/10 por meio deste formulário. O primeiro treinamento será realizado no próximo dia 31 de outubro e os outros dois módulos em 7 e 21 de novembro, das 9h às 12h, sendo cada dia destinado a um dos temas prioritários e com duração de três horas.

Para o presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto, é preciso apoiar os municípios mineiros para que eles invistam em projetos sustentáveis. “Cerca de 40% do desembolso total realizado pelo Banco estão alinhados a pelo menos um Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Queremos ser parceiros dos municípios mineiros e, ao ofertarmos linhas de financiamento com recursos acessíveis para que possam tratar dos resíduos sólidos, fazer projetos de saneamento básico e até mesmo implantar medidas inteligentes quanto ao consumo de energia, permitimos que ideias se transformem em resultados efetivos”, afirma.

Temáticas

A capacitação com foco em saneamento e esgoto ocorrerá no próximo dia 31 de outubro. Será tratada a importância do tratamento para a questão ambiental e social, assim como o marco legal do saneamento básico, normas e metas de universalização de água e esgoto em Minas Gerais, perfil regional, planos municipais, entre outros aspectos.

Já em 7 de novembro, o seminário abordará os resíduos sólidos urbanos sob o ponto de vista das metas de universalização, doenças relacionadas, impactos nos recursos hídricos, reciclagem e tratamento de resíduos, consórcios municipais, entre outros. Os dois treinamentos serão conduzidos pelo doutor em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos e atual chefe de destinação final de resíduos da Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte, Pedro Heller.

Por fim, no dia 21 de novembro, o foco será a eficiência energética. Estão previstas orientações sobre a Gestão Energética Municipal (GEM), a redução do consumo de eletricidade em prédios públicos municipais, como melhorias em iluminação, ar-condicionado, máquinas e equipamentos elétricos; redução do consumo de eletricidade na rede pública de iluminação urbana com o uso de lâmpadas LED de baixo consumo.

O doutor em engenharia elétrica com 25 anos de experiência no setor energético, Roberto Velásquez, e José Zloccowick, que possui mais de 15 anos de experiência em consultoria e gerenciamento de projetos na área de energia e mudanças climáticas, serão responsáveis por essa capacitação.

A organização do treinamento e assistência técnica estão sendo conduzidas pela GFA Consulting Group, empresa europeia com sede na Alemanha, e a WayCarbon, maior consultoria estratégica na América Latina com foco em sustentabilidade e mudança do clima.

Ampliação da oferta

O BDMG vem ampliando ano a ano financiamentos a iniciativas sustentáveis nos municípios. Desde 2019, são mais de R$ 160 milhões para saneamento básico, resíduos sólidos e eficiência energética/energia renovável.

De janeiro a setembro deste ano, por exemplo, R$ 61,3 milhões foram desembolsados pelo Banco para esses projetos, valor que é quase três vezes maior do que no mesmo período do ano passado.

Histórico da parceria

A parceria do BDMG e a Agência Francesa de Desenvolvimento foi iniciada há mais de uma década, quando a instituição mineira buscou diversificar suas fontes de captação de recursos para alavancar o desenvolvimento sustentável.

Com relações mais próximas entre França e Brasil em 2012, a AFD acelerou programas de investimento no país e o BDMG negociou seu primeiro contrato, com a instituição. Mais recentemente, em 2020, em função da pandemia de Covid-19, foi assinada nova parceria no valor de 70 milhões de euros para financiamento da retomada sustentável, por meio da promoção de investimentos vinculados ao alcance dos ODS, com impacto socioambiental. Com o recurso já foram financiados cerca de 60 projetos de municípios mineiros ligadas aos ODS, além de mais de 1.700 micro e pequenas empresas do Estado, com destaque para as linhas exclusivas para empresas lideradas por mulheres.

O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) recebeu o Selo Ouro do Programa Brasileiro GHG Protocol, certificação da Fundação Getúlio Vargas concedida às empresas que alcançam o mais alto nível de qualificação e transparência nos inventários de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) por meio do Registro Público de Emissões (RPE). Essa é a oitava certificação recebida pelo Banco.

Além de legitimar as empresas que demonstram o atendimento de todos os critérios de transparência na publicação de seus inventários, o selo está alinhado às iniciativas do BDMG de apoiar o desenvolvimento sustentável.

“A certificação demonstra a preocupação do banco com os impactos das suas atividades relativas ao seu funcionamento, principalmente, no meio ambiente. Além disso, o banco reforça o compromisso o desenvolvimento sustentável e estimula que outras instituições e empresas façam o mesmo. Queremos que a economia de Minas Gerais cresça com menos emissões de poluentes e alcance as metas do Race to Zero pelas quais o Estado se comprometeu anteriormente”, explica o presidente em exercício do BDMG, Antônio Claret Júnior.

Inventário de emissões

Ao publicar um inventário próprio de Gases de Efeito Estufa, o que é feito de forma voluntária pelo Banco, o BDMG abre possibilidades, como a elaboração de um plano de gestão e redução das emissões que busca eficiência no funcionamento do edifício-sede e incentiva a adoção de práticas sustentáveis. Isso porque o documento mapeia as fontes de emissões geradas devido ao funcionamento do prédio do BDMG, fazendo o mapeamento e qualificação, o que permite ao Banco priorizar atividades e elaborar estratégias mais eficientes para contribuiriam a economia de baixo carbono.

Entre as ações registradas pelo banco quanto às emissões, estão o uso de lâmpadas LED e a implantação de uma usina fotovoltaica no no edifício-sede, em Belo Horizonte, além de campanhas de conscientização ambiental junto aos colaboradores.

Já com foco no externo, o banco desenvolve linhas de crédito específicas para o atendimento a clientes que pretendam investir em projetos sustentáveis.

Atualmente, cerca de 40% dos desembolsos, realizados pelo banco entre janeiro e setembro, estão conectados a pelo um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Sobre o programa

O Programa Brasileiro GHG Protocol, criado em 2008, é responsável pela adaptação do método GHG Protocol ao contexto brasileiro e pelo desenvolvimento de ferramentas de cálculo para estimativas de emissões de gases do efeito estufa (GEE). Foi desenvolvido pela FGVces, da Fundação Getúlio Vargas, e pela World Resources Institute (WRI), organização não governamental com sede em Washington, EUA. Conta com a parceria de diferentes entidades públicas e privadas, entre elas o Ministério do Meio Ambiente e o World Business Council for Sustainable Development(WBSCD).

Minas Gerais registrou 4,4% na produção industrial no acumulado de janeiro a agosto deste ano e é o quarto Estado com maior crescimento no país, segundo Boletim Econômico do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) divulgado nesta terça-feira (10/10) a partir de resultados publicados pelo IBGE. Os números, porém, revelam crescimento menor em relação ao registrado no último levantamento, que foi de 5% nos primeiros sete meses do ano. Já a produção industrial brasileira foi negativa em 0,3% de janeiro a agosto.

Os segmentos que mais se destacaram no Estado foram a indústria extrativa, em especial o minério de ferro, com alta de 8,3%, e a de transformação, com 3%.

No acumulado dos últimos 12 meses, o crescimento em Minas foi de 3,9%, enquanto, no Brasil, houve redução de 0,1%.

“Esse recuo no crescimento no acumulado do ano deve-se em grande parte ao desempenho mais fraco da indústria extrativa do Estado, que registrou 8,3% enquanto no levantamento anterior foi 9,9%. Isso é natural, em função da redução da produção de minério de ferro e uma menor exportação em função da desaceleração da economia chinesa. Mesmo assim, a atividade continua robusta”, analisa o economista-chefe do BDMG, Izak Carlos da Silva.

A expectativa para o restante do ano é de que Minas feche 2023 com um bom resultado. “Já estamos enxergando um reaquecimento da atividade econômica em setores favoráveis ao estado, como o de veículos, e a aceleração do mercado de trabalho que, somados à queda da taxa de juros, ajudarão a indústria a obter uma boa performance”, projeta o economista.

Clique aqui e acesso o Boletim Econômico do BDMG sobre a produção industrial.