Boletim Econômico do BDMG desta sexta-feira (12/7) também analisa o resultado dos Serviços em Minas, que segue acima do nacional em 2024
A produção industrial mineira recuou 3,3% em maio na comparação com o mês anterior, resultado inferior ao do país (-0,9%). No acumulado do ano, em Minas Gerais, o setor soma 1% e, no Brasil, 2,5%. Os dados estão no Boletim Econômico do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) divulgado nesta sexta-feira (12/7) a partir dos dados do IBGE.
Em Minas Gerais, a indústria extrativa cresceu 6,1% e a da de transformação recuou 1,1%, entre janeiro e maio de 2024. Para o economista-chefe do BDMG, Izak Carlos da Silva, setores que historicamente desempenham melhor em Minas não estão respondendo dessa forma, como o de metal mecânica, com queda de 1,7% no Estado. Em contrapartida, no país, o mesmo setor teve alta de 4,8%.
“Em 2023, a indústria de transformação mineira foi melhor do que a nacional, sendo puxada pelo setor automotivo e de cadeia metal mecânica. Esse movimento gerou uma antecipação do ciclo de produção desse consumo em Minas. Observamos agora um refluxo desse ciclo. Enquanto o Brasil se recupera das perdas do ano passado, Minas devolve um pouco esse crescimento”, explica. Além disso, ele lembra que setores como alimentos e papel e celulose, que costumam ter resultado superior em Minas, estão com índices semelhantes ao nacional.
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Serviços sofre impacto da indústria
O volume de Serviços prestados em Minas Gerais em 2024 acumula alta de 4,8%, superior ao nível nacional, de 2%. O desempenho mineiro no ano é o melhor de todo o Sudeste, acima do Espírito Santo, 4,2%, Rio de Janeiro, 3,3%, e São Paulo, 1,3%. Apesar disso, em maio, Minas Gerais recuou 2,9%, resultado inferior ao do país (0,0%). Os números também constam no Boletim Econômico do BDMG a partir de levantamento do IBGE.
O economista-chefe do BDMG explica que o desempenho mineiro sofre impacto da retração da atividade industrial do Estado. Isso porque, segundo Izak Silva, o que tem pesado no resultado é o setor de serviços profissionais e administrativos que, em geral, atendem empresas e indústrias.
“Na comparação com o Brasil, Minas está melhor em quase todos os segmentos relacionados à renda e ao mercado de trabalho, como em serviços prestados às famílias e correios e transportes. Contudo, como a atividade industrial mineira está aquém, temos um nível menor de serviços profissionais e administrativos, o que está segurando um pouco o nosso potencial de crescimento em serviços prestados”, afirma.
Em contrapartida, as atividades turísticas, que não dependem da indústria, seguem mês a mês contribuindo para equilibrar o saldo de serviços em Minas Gerais. Em 2024, o crescimento já soma 9%, superior ao do Brasil, de 1%, e o segundo melhor do país no período.
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