No próximo domingo (19/11) é o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, data escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para incentivar e apoiar a entrada de mulheres nos negócios. De janeiro a outubro deste ano, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) desembolsou R$ 49,3 milhões em crédito para micro e pequenas empresas lideradas por mulheres, valor 48% maior do que no mesmo período do ano passado e que já supera todo o ano anterior.

Desde 2019, os recursos do banco destinados a empresas lideradas por mulheres alcançaram mais de 4 mil pequenos negócios de todas as regiões de Minas. Nesse período, 87,5% dos financiamentos às empreendedoras foram para o setor de Comércio e Serviços.

A Auto Conceito, mecânica e loja de peças automotivas em Belo Horizonte, é uma dessas empresas beneficiadas com o crédito mais barato para mulheres. Dirigida pela administradora Patrícia Araújo, que era sócia do pai até o ano passado, o negócio deu um salto de crescimento quando, em 2018, ela sugeriu incorporar ao CNPJ o trabalho de oficina. “Antes, o pessoal comprava uma peça, um óleo, e demandava o serviço ali, mas não tínhamos espaço e nem os nossos parceiros conseguiam atender”, diz. “Eu observei, nessa dor do cliente, uma oportunidade de negócio”, lembra.

Para essa ampliação, Patrícia contou com o apoio do BDMG. “O financiamento nos ajudou a ampliar a loja, com a construção de um mezanino para o estoque de peças, a melhorar a nossa capacidade de atendimento e a reformular tudo para que a gente pudesse evoluir”.

Segundo a empreendedora, por conta das mudanças, a Auto Conceito vem aumentando a receita. De janeiro a outubro de 2023, as vendas cresceram 50% em relação ao mesmo período do ano passado.

“É muito importante para a sociedade quando um banco facilita o acesso ao crédito e incentiva as mulheres na questão do empreendedorismo. A economia só se fortalece quando mais mulheres estão na linha de frente”, avalia. “Eu, como mulher no mercado de veículos, percebi que preciso estar mais preparada, mais capacitada, porque somos constantemente desafiadas por clientes, fornecedores e até funcionários”, completa, lembrando as dificuldades de ser mulher em um segmento predominantemente masculino.

 Crédito

O BDMG oferece produtos diferenciados com foco na igualdade de gênero. Como critério, é necessário que a empresa tenha participação societária feminina igual ou superior a 50% do capital social há mais de 6 meses.

“O BDMG tem contribuído de forma importante para o crescimento das empresas mineiras, de todos os portes, especialmente para o fortalecimento das mulheres na condução desses negócios”, explica o presidente Gabriel Viégas Neto.

O apoio do BDMG ao empreendedorismo feminino se alinha aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Neste caso, os desembolsos se conectam ao ODS 5, de inclusão de gênero, e ao ODS 8, que se refere ao trabalho decente e crescimento econômico. “Lá em 2018, entre as instituições de fomento do país, o banco foi o primeiro a oferecer uma linha de crédito exclusiva para micro e pequenas empresas lideradas por mulheres. E o crescimento do desembolso neste ano é uma prova do nosso compromisso em impulsionar o desenvolvimento com igualdade de gênero”, completa Viégas.

Varejo e Serviços recuaram em Minas Gerais na passagem de agosto para setembro. No varejo ampliado, o recuo foi de 0,1%, e nos serviços, 0,6%. Ainda assim, no acumulado do ano, de janeiro a setembro, os setores registraram resultados positivos, de 2,5% e 8,4%, respectivamente, ambos acima da média nacional. Os dados estão no Boletim Econômico do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) divulgado nesta terça-feira (14/11), com base no último levantamento do IBGE.

O Turismo segue como um destaque positivo, alcançando 20,3% de crescimento nos últimos 12 meses e 17,5% no acumulado do ano. Em contrapartida, no comércio varejista ampliado, material de construção recuou 6% de janeiro a setembro deste ano. No varejo restrito do estado, cinco dos oito segmentos pesquisados avançaram em 2023, com destaque para equipamentos e materiais de informática como computadores e notebooks (7,8%), e móveis e eletrodomésticos (6,3%). Já tecidos, vestuário e calçados (-13,3%) e artigos de uso pessoal e doméstico (-12,2%) não tiveram bons desempenhos.

Para o economista-chefe do BDMG, Izak Carlos Silva, a pequena queda na comparação entre setembro e agosto reflete a dualidade entre crédito e renda. “Na medida que avançamos na redução da taxa básica de juros, bens dependentes do crédito, como veículos e eletrônicos, têm recuperado as perdas acumuladas no ano e apresentado crescimento na margem no período recente. Em contrapartida, os segmentos vinculados à renda apresentam uma desaceleração relativa, o que indica uma estabilidade no avanço do rendimento médio das famílias”, analisa.

Em serviços, segundo o economista, o desenho é parecido. “O que tem puxado para cima os resultados são as atividades turísticas, em que Minas ainda é líder, com bons números em locação de veículos, hotéis, transporte aéreo, rodoviário, buffets e restaurantes”, completa.

Clique aqui e acesse o Boletim Econômico do BDMG.

A produção industrial de Minas Gerais registrou 4% nos primeiros nove meses do ano, desempenho superior à média nacional, que fechou o período com recuo de 0,2%. No comparativo entre setembro e agosto, no entanto, Estado e país registraram estabilidade na produção, com o primeiro marcando 0,0% e o segundo com crescimento de 0,1%. Os dados constam no Boletim Econômico do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) divulgado nesta quarta-feira (8/11) a partir de resultados publicados pelo IBGE.

O desempenho da indústria de transformação no estado foi o que mais contribuiu para o resultado de Minas nos primeiros três trimestres do ano, já que dez das 13 atividades apresentaram crescimento. Os destaques são os setores de borracha e material plástico, com avanço de 18,1%, o de máquina equipamentos, com 11,3%, e o de petróleo e biocombustível, com 9,5%.

“Na margem, a indústria mineira ficou estável durante a passagem de agosto para setembro devido a uma desaceleração da indústria extrativa e a uma recuperação da indústria de transformação”, analisa o economista-chefe do BDMG, Izak Carlos da Silva. “Apesar dessa estabilidade relativa, observamos um desempenho em Minas superior no ano, determinado, primeiro, pela demanda crescente de minério de ferro e, segundo, pelo avanço da cadeia automotiva de um modo geral”, completa. Em 2023, a produção de veículos em Minas cresceu 7,8%, enquanto no Brasil houve queda de 5,8%.

O economista do BDMG acredita que o fechamento do ano será positivo para o setor industrial. “O segmento de transformação, nas linhas de duráveis e semiduráveis, se manterá em alta, motivado pelo crédito em queda e pelo pagamento do 13º, dois fatores que aumentam o poder de compra das famílias”.

Clique aqui e acesso o Boletim Econômico do BDMG sobre a produção industrial.