Empresas e prefeituras do Norte de Minas buscaram mais financiamentos em 2024 no comparativo com 2023. De janeiro a agosto, foram liberados R$ 114 milhões em crédito pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) para a região, mais do que o dobro em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (12/9) pelo presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto, que participou da abertura da 29ª Feira Nacional da Indústria, Comércio e Serviços, em Montes Claros.

Entre os micro e pequenos negócios, o crescimento também foi expressivo. Foram R$ 20 milhões para fortalecer 304 empreendimentos na região, montante 15% superior ao do mesmo intervalo do ano passado. Os números tendem a crescer já que, de forma inédita, o Banco ampliou para 72 meses o prazo para financiamento para esses empreendedores -, antes o limite era de 48 meses. A condição é por tempo limitado para a linha de capital de giro.

A cidade de Montes Claros é a que mais tem buscado financiamentos na região. Entre as micro e pequenas empresas foram R$ 11,5 milhões nos primeiros oito meses de 2024, 56% a mais em relação ao mesmo período de 2023.

“Na medida em que as empresas buscam mais crédito, o Banco contribui para estimular a geração de empregos, renda e o desenvolvimento regional. Nossa missão é estimular o empreendedorismo, desde o microempreendedor às grandes empresas, além de fomentar políticas públicas. Destaco o potencial do Norte de Minas para a geração de energia solar, assim como as empresas com perfil de investimento em inovação”, afirmou.

Levantamento do Sebrae Minas, a partir dos dados do Ministério do Trabalho e Emprego, revela a importância dos pequenos negócios para a economia mineira. No primeiro semestre de 2024, as micro e pequenas empresas foram responsáveis por gerar quase 67% das vagas formais de trabalho no Estado.

As contratações do crédito são realizadas de forma rápida e digital pelo site do Banco (bdmg.mg.gov.br) ou via 41 correspondentes bancários que atuam em diversas cidades do Norte de Minas para auxiliar os pequenos empreendedores locais, sem qualquer custo adicional para as operações.

Crédito financia projetos  

Entre as empresas do Norte de Minas que recorreram ao crédito para fortalecer seus negócios está a Somai Alimentos, com sede em Montes Claros. Com capacidade instalada de produção de 2 milhões de ovos, a companhia emprega cerca de 500 funcionários diretos e está entre os maiores aviários do país. Em visita à propriedade nesta quinta-feira (12/9), o presidente do BDMG conheceu de perto os investimentos viabilizados a partir da contratação do crédito ao longo dos últimos dez anos. Ao todo, a empresa já contratou R$ 31,6 milhões em financiamentos com o Banco.

Entre as operações mais recentes está a compra de grãos. Além disso, investiu em projetos sustentáveis, como a construção de uma Estação de Tratamento de Efluentes que trata 100% dos seus resíduos sanitários e industriais, removendo 95% dos poluentes. O projeto, inclusive, venceu, em agosto, o Troféu Curuca, que destaca iniciativas relacionadas à sustentabilidade no agronegócio.

“É estimulante ver que o recurso que liberamos promove iniciativas que aliam geração de emprego com a preocupação ambiental”, afirma Gabriel Viégas.

O volume de vendas no comércio varejista em Minas Gerais acumula alta de 4,9% em 2024, similar à do Brasil, de 5,1%. Em julho, o Estado registrou estabilidade, com recuo de 0,1%. Ainda assim, foi o melhor mês de julho desde o início da série histórica, em 2011. No país, o saldo no mesmo mês é de 0,1%. Os dados estão no Boletim Econômico do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), divulgado nesta quinta-feira (12/9) a partir de levantamento do IBGE.

O economista-chefe do BDMG, Izak Carlos da Silva, destaca que o desempenho em combustíveis e supermercado e alimentos tem limitado o crescimento mineiro. “Os preços têm tido uma alta bem superior no Estado do que a verificada no Brasil. Se está mais caro, vendemos menos. Em Minas, temos um mercado de combustíveis mais oligopolizado. Os proprietários das distribuidoras aqui têm maior facilidade para reajustar preços, com aumentos reais superiores aos do restante do país”, afirma.

Em relação aos supermercados, ele pontua que o Estado é um grande produtor de alimentos e já sente os impactos da crise hídrica. “Também temos uma questão estrutural de redes atacadistas e varejistas que só estão aqui, o que impacta no repasse do nível de preços”, explica.

Segundo Izak Silva, o que tem equilibrado o volume de vendas do comércio mineiro é a recuperação dos setores de veículos, motocicletas e peças, e de material de construção, após um período de baixa performance. “Minas tem um polo importante de comercialização de veículos novos e usados, com alguns drivers que só estão aqui. Também observamos o reaquecimento da construção civil”, observa.

Clique aqui e confira o Boletim Econômico do BDMG sobre Comércio.

Serviços em Minas Gerais têm alta de 0,9% em julho

O volume de Serviços em Minas Gerais cresceu 0,9% em julho. No país, a alta chegou a 1,2%. No acumulado do ano, o resultado se inverte, com o desempenho mineiro superior ao nacional: 3,3% contra 1,8%, respectivamente. Os dados também estão no Boletim Econômico do BDMG, baseado nos números do IBGE.

O economista-chefe do BDMG destaca que Minas Gerais lidera o crescimento do volume de atividades turísticas no Brasil, somando uma alta de 9,3% no ano. No país, o avanço é de 1,3%. “Tivemos diversos programas de incentivo ao turismo religioso, gastronômico, ao Carnaval, inclusive com novas rotas e atrativos”, pontua.

Os dados na íntegra do Boletim Econômico do BDMG sobre Serviços estão aqui.

Minas Gerais registrou saldo positivo de 11,1 mil vagas formais de empregos em julho. No acumulado do ano, o Estado é o segundo a criar mais postos formais de trabalho no país, com 173,3 mil, atrás apenas de São Paulo, com 441 mil. Os dados estão no Boletim Econômico do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) divulgado nesta quarta-feira (28/8) a partir do último levantamento do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O economista-chefe do BDMG, Izak Carlos da Silva, destaca que o resultado mineiro é o mais tímido do ano e foi impactado pelo desempenho do setor agropecuário, que encerrou o mês com um saldo negativo de 2,2 mil vagas. O movimento, segundo ele, já era esperado. “Há um fator de sazonalidade. Tivemos boas safras de café, milho e batata, por exemplo, concentradas no primeiro semestre”, explica.

Izak Silva lembra que neste mês de agosto foi divulgada a Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) que revelou que Minas Gerais encerrou o segundo trimestre de 2024 com a menor taxa de desemprego desde o início da série histórica, em 2012. O dado, para ele, demonstra que o Estado não vive uma desaceleração no mercado de trabalho. “Estamos vendo uma situação de pleno emprego e, nesse sentido, é difícil que esse saldo de empregos positivos seja crescente mês após mês”, afirma.

O economista-chefe aponta que a indústria mineira vive um momento de recuperação e, com isso, deve se destacar na criação de vagas formais de trabalho no segundo semestre. “O ritmo de contratações na indústria está aquém do esperado. Existe espaço para recuperação nesse setor”, avalia. Em Minas Gerais, a indústria registrou saldo de 4 mil postos formais de emprego em julho e, serviços, fechou o mês com 9,2 mil vagas positivas.

O boletim econômico do BDMG pode ser acessado aqui.