A produção industrial mineira avançou 0,6% em outubro em comparação com o mês anterior, resultado superior ao do Brasil, que registrou retração de 0,2%. No acumulado do ano, o crescimento é de 3,1% no Estado, semelhante ao nacional, de 3,4%. Os dados estão no Boletim Econômico do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) divulgado nesta sexta-feira (13/12) a partir dos dados do IBGE.

Na avaliação do economista-chefe do BDMG, Izak Carlos da Silva, o resultado reflete o bom momento da indústria de transformação mineira, que soma alta de 4,9% no ano, e uma desaceleração da indústria extrativa que, mesmo com um desempenho mais tímido neste terceiro trimestre em função do período chuvoso, cresce 2% em 2024 no Estado.

“O resultado é muito positivo e mostra que Minas Gerais se aproxima do desempenho nacional neste ano. Dentro da indústria de transformação, destaco o crescimento do segmento de veículos e de toda a cadeira automotiva, como produtos do metal, e a recuperação da metalurgia e dos produtos de borracha e material plástico”, aponta.

O cenário, segundo o economista-chefe, aponta que o Estado deve encerrar o ano em sintonia com a produção industrial do país, mas sinaliza que para 2025, o quadro pode ser desafiador em função da alta da taxa básica de juros.

“Com a Selic maior, temos o encarecimento do custo do crédito e, ainda que tenhamos em Minas um mercado de trabalho aquecido e o crescimento do rendimento médio real, esperamos uma desaceleração da produção industrial mineira no próximo ano. Sobretudo, porque a indústria do Estado é composta por segmentos mais dependentes do crédito, como máquinas e equipamentos, veículos e produtos de linha branca”, analisa.

Confira o Boletim Econômico do BDMG aqui.

O volume de vendas no comércio varejista em Minas Gerais avança 4% em 2024, enquanto no país, cresce 5%. Apesar do balanço positivo, no mais recente levantamento, relativo ao mês de outubro, houve recuo no Estado de 0,5%.  Os dados estão no Boletim Econômico do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), divulgado nesta quinta-feira (12/12), a partir de levantamento do IBGE.

O economista do BDMG Bruno Inácio observa uma leve desaceleração nas vendas do varejo no segundo semestre no Estado, puxado por desaceleração nos setores de atacado de alimentos e de bebidas e também em combustíveis e lubrificantes.

“Apesar disso, Minas Gerais mantém um ano forte nas vendas em função do crescimento robusto das rendas das famílias e do acesso ao crédito. Os setores de veículos e peças e de materiais de construção se sobressaem positivamente. Em outubro, as vendas de móveis e eletrodomésticos tiveram crescimento significativo, mostrando que as famílias anteciparam essas compras que são mais comuns no fim do ano”, avalia.

A íntegra do Boletim Econômico do BDMG sobre Comércio está disponível aqui.

Volume de Serviços em Minas Gerais cresce 0,4% em outubro

O volume de Serviços prestados em Minas Gerais cresceu 0,4% em outubro em relação ao mês anterior. No acumulado do ano, soma 1,9% no Estado e, no Brasil, 3,2%. Os dados também estão no Boletim Econômico do BDMG, baseado nos números do IBGE.

O economista do BDMG Bruno Inácio aponta o setor de transporte e correio, com crescimento de 3,1% em 2024 e acima do registrado no país, como um dos responsáveis pelo resultado positivo em Minas. “Temos um ano forte da indústria mineira, com recuperação em bens de capital, máquinas e equipamentos, além da indústria extrativa. Como o Estado tem grandes rodovias, quando o consumo das famílias e a indústria extrativa estão fortes, este setor vai bem”, reforça.

Confira a íntegra do Boletim Econômico do BDMG sobre Serviços aqui.

O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) assinou a captação de US$ 220 milhões, cerca de R$ 1,3 bilhão, com o CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe. A operação, anunciada nesta terça-feira (10/12), representa um marco importante na relação entre as instituições e é o maior volume já captado pelo BDMG, sendo a primeira no modelo A/B loan realizada pelo CAF no país com um banco de fomento.

A operação contou com a participação de destacadas instituições como Banco Continental, Banco do Brasil, Cargill, Eco.business Fund, Global Climate Partnership Fund e responsAbility.

Com este financiamento, serão impulsionados projetos estratégicos que apoiarão o powershoring, a sustentabilidade, a eficiência energética e o crescimento sustentável e inclusivo, incluindo micro e pequenos negócios, e prefeituras.

Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Fernando Passalio, os recursos fortalecem um dos principais pilares da gestão do governador Romeu Zema: incentivar uma economia responsável, alinhada com o meio ambiente.

“Essa captação histórica vai propiciar uma maior oferta de linhas de crédito a quem gera emprego e renda em Minas e, ao mesmo tempo, reforçar o compromisso do Governo de Minas em tornar o estado o melhor para se investir hoje no País, baseado em um crescimento econômico verde”.

Segundo o presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto, a parceria com o CAF segue a estratégia da instituição de diversificação dos fundings. Nesta transação em formato A/B loan, o banco da América Latina e Caribe atraiu instituições e fundos internacionais interessados em investir, por consequência, apoiar iniciativas sustentáveis no Estado. Entre os investidores, dois deles iniciaram seus investimentos no Brasil pela primeira vez a partir deste contrato.

“Essa captação reforça a governança e solidez do BDMG no mercado internacional. Na prática, esses valores serão disponibilizados para os empreendedores mineiros e prefeituras a partir de linhas de crédito. O ganho não é só para os empreendedores, mas para toda a sociedade. Afinal, os investimentos que serão realizados pelos empresários geram mais emprego, renda e, consequentemente, melhoram a qualidade de vida”, afirma Viégas Neto.

Sergio Díaz-Granados, presidente executivo do CAF, destaca que o “BDMG é um aliado chave para o CAF no Brasil, e com este novo empréstimo A/B estamos promovendo investimentos que incentivarão uma economia mais resiliente e sustentável no Estado de Minas Gerais. Este financiamento fortalecerá as capacidades do Estado para enfrentar os desafios climáticos, ao mesmo tempo que apoia o crescimento econômico de longo prazo”.

Com esta operação, o CAF consolida sua posição como um ator central na mobilização de recursos para o desenvolvimento na América Latina e Caribe, reafirmando sua liderança na estruturação de soluções financeiras inovadoras que promovam um crescimento econômico inclusivo e sustentável.

Economia verde

O BDMG bateu recorde no volume de captações em 2024, chegando a R$ 2,7 bilhões até novembro. Este montante é 94% superior a todo aquele captado ao longo do ano de 2023, de R$ 1,4 bilhão. Ao diversificar as fontes de recursos, o Banco consegue acessar funding cada vez mais aderentes à necessidade dos investidores mineiros e, assim, oferecer crédito em melhores condições, como, por exemplo, prazos maiores, que promova a industrialização verde em Minas Gerais e no Brasil, apoiando ainda mais a sociedade mineira.

A expectativa do BDMG é aplicar os recursos da captação em iniciativas relacionadas à sustentabilidade, como o realizado pela empresa Shimada Agronegócio, de São Gotardo, no Alto Paranaíba, que contratou R$ 24,6 milhões para melhorias do solo a partir de uma agricultura regenerativa.

A companhia produz 49 mil toneladas de cenoura, alho, abacate e beterraba por ano e está aplicando o crédito no modelo de rotação de culturas, com a compra e multiplicação de micro-organismos benéficos, aquisição de sementes, entre outros. O gerente administrativo Virmondes Bomtempo Júnior explica que o negócio se torna mais lucrativo quando se investe na fertilidade do solo.

“O solo é nosso maior ativo e quando se investe na saúde do solo as lavouras se desenvolvem de maneira mais vigorosa, tornando-se mais resistentes a pragas e doenças. Consequentemente, utilizamos menos defensivos. Neste momento, estamos terminando de colher a beterraba e o alho e, ao invés de plantar soja nessas áreas para evitar a vacância de terra, optamos por investir na rotação de cultura com braquiária e aplicação de microrganismos benéficos, buscando o equilíbrio biológico do solo. Não estamos perdendo dinheiro, mas investindo para ter competitividade produtiva no longo prazo”, afirma Bomtempo.

A atuação do BDMG para incentivar a economia verde vem sendo reforçada nos últimos anos. Em 2024, até novembro, 52% de todos os créditos liberados pelo Banco estão alinhados a pelo menos um Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Sobre o CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe

É uma instituição comprometida com o desenvolvimento sustentável e a integração regional. Fundada em 1970, conta com a participação de 21 países, incluindo 19 da América Latina e Caribe, além de Espanha e Portugal, juntamente com 13 bancos privados. Sua missão é melhorar a qualidade de vida dos latino-americanos e caribenhos por meio do financiamento de projetos nos setores público e privado, fornecendo cooperação técnica e outros serviços especializados. A CAF é uma das principais fontes de financiamento multilateral na região e um gerador de conhecimento para fortalecer políticas públicas e melhorar o impacto dos projetos. (www.caf.com).

Sobre o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais S.A. – BDMG

É uma instituição financeira pública brasileira, criada em 1962, com a missão de promover o desenvolvimento sustentável do estado de Minas Gerais por meio de soluções financeiras inovadoras e estratégicas. O BDMG impulsiona projetos que promovem infraestrutura, inovação e competitividade empresarial, com foco especial em sustentabilidade e apoio a pequenos e médios empreendimentos, sempre buscando fortalecer o crescimento econômico e social da região. (www.bdmg.mg.gov.br).

Sobre o Banco Continental

O Banco Continental é uma instituição financeira líder no Paraguai, reconhecido como o primeiro banco paraguaio e a única empresa privada do país a alcançar o Grau de Investimento. Fundado em 1980, desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento econômico do país, oferecendo uma ampla gama de produtos e serviços financeiros tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. Seu foco na inovação e compromisso com a excelência o consolidaram como um parceiro estratégico para projetos de investimento e financiamento, reafirmando seu compromisso com o crescimento sustentável e o desenvolvimento inclusivo na região.

Sobre o Banco do Brasil

Banco que é um dos principais bancos do país e da América Latina, possui uma trajetória de mais de 200 anos oferecendo serviços financeiros a clientes individuais e corporativos. Com foco estratégico em sustentabilidade e inclusão financeira, o Banco do Brasil é um ator chave no financiamento de projetos que promovem o crescimento econômico e social no Brasil e em toda a região. A instituição mantém um compromisso sólido com o desenvolvimento econômico responsável, alinhando seus produtos e serviços aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Sobre a Cargill

Empresas globais de alimentos e produtos agrícolas, com mais de 155 anos de experiência na criação de soluções inovadoras para a cadeia de suprimento alimentar. Através de sua rede global, a Cargill conecta agricultores a mercados, clientes a ingredientes sustentáveis e as pessoas aos alimentos de que precisam para prosperar. Com operações em mais de 70 países, a empresa está comprometida com o desenvolvimento de práticas agrícolas sustentáveis e a redução de seu impacto ambiental, promovendo o crescimento econômico inclusivo e melhorando a vida das comunidades em que opera.

Sobre o Eco.business Fund

Fundo que apoia práticas empresariais sustentáveis na América Latina, Caribe e África Subsaariana, com o objetivo de promover a biodiversidade, o uso sustentável dos recursos e a mitigação das mudanças climáticas. Oferece financiamento através de instituições financeiras locais, diretamente a empresas e produtores. Iniciado pelo KfW da Alemanha e Conservation International, conta com a assessoria da Finance in Motion e apoio financeiro de vários organismos internacionais de desenvolvimento.

Sobre o Global Climate Partnership Fund (GCPF)

O Global Climate Partnership Fund é um fundo com sede em Luxemburgo, administrado pela gestora de ativos suíça responsAbility Investments AG. O Fundo é uma parceria público-privada inovadora, dedicada à mitigação das mudanças climáticas por meio da redução de emissões de gases de efeito estufa em mercados emergentes e em desenvolvimento. O foco está no financiamento de projetos de eficiência energética e energia renovável, por meio de instituições financeiras locais ou diretamente. Somente projetos que gerem economias significativas de energia e se comprometam a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 20% são elegíveis para financiamento.

Sobre a responsAbility Investments AG

A responsAbility Investments AG é uma gestora de ativos de impacto líder, especializada em investimentos no mercado privado em três temas principais de investimento. Esses temas contribuem diretamente para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas: Inclusão Financeira, para financiar o crescimento de Micro e PMEs; Finanças Climáticas, para apoiar a transição para zero emissões líquidas; e Alimentos Sustentáveis, para alimentar de forma sustentável uma população em constante crescimento. Todas as soluções de investimento da responsAbility têm como objetivo impacto mensurável, juntamente com retornos de mercado.