Minas Gerais fechou 2024 com saldo positivo de 139,5 mil vagas de empregos formais, atrás de São Paulo e Rio de Janeiro, que registraram 459,4 mil e 145,2 mil empregos, respectivamente. Os dados estão no Boletim Econômico do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) divulgado nesta quinta-feira (30/01), com base no último levantamento do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Para o economista do BDMG, Bruno Inácio da Silva, 2024 foi um ano positivo para o mercado formal de empregos, tanto para Minas Gerais, quanto para o Brasil. O grande destaque foi o setor industrial, capitaneado pela indústria de transformação, que recuperou investimentos ainda pendentes desde a época da Covid-19.

Ainda segundo a análise do economista, os segmentos de comércio e serviços também tiveram bom desempenho, enquanto a agricultura se retraiu em vagas formais no estado e no restante do país.

“Isso já era esperado, pois 2024 foi marcado por safras diminutas em relação ao recorde que foi registrado em 2023. Este último ano registrou fenômenos climáticos significativos como as queimadas, que impactaram pastagens e algumas commodities”, avalia.

Para 2025, a perspectiva é que o emprego formal continue crescendo, de acordo com Silva.

O boletim econômico do BDMG está disponível aqui.

O Governo de Minas disponibiliza, a partir desta quarta-feira (29/1), no site do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), as linhas de crédito emergenciais destinadas às micro e pequenas empresas e prefeituras de cidades com decreto de emergência ou calamidade em função das chuvas no estado.

O anúncio da disponibilidade do crédito foi feito pelo governador Romeu Zema durante participação virtual no evento AMM nas Macros – Rio Doce, organizado pela Associação Mineira de Municípios em Ipatinga nest terça-feira (28/1).

“O BDMG está disponibilizando estes recursos para que as pequenas empresas continuem operando normalmente, gerando emprego e renda para a população. As  prefeituras também terão condição de recuperar a infraestrutura e estruturas danificadas, além de realocar moradias que estavam em áreas de risco”, disse o governador Romeu Zema.

As linhas foram criadas por determinação do Governo de Minas. Para as micro e pequenas empresas, as condições são diferenciadas, com taxas fixas de 0,9% ao mês, prazo de 36 meses e carência de seis meses para começar a pagar.

As prefeituras vão acessar os financiamentos com taxas de juros de 0,41% ou 0,49% ao mês + Selic, a depender do Indice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município, prazo de 84 meses para pagamento e carência de 12 meses. O financiamento pode ser usado para habitação, pavimentação, reformas em edificações públicas municipais, infraestrutura e drenagem urbana, entre outros projetos.

O presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto, ressalta que as linhas visam garantir as operações e continuidade das empresas que sofreram impactos devidos às fortes chuvas, além de apoiar as prefeituras na reconstrução da infraestrutura afetada.

Como contratar
A contratação do crédito é feita por meio do site do BDMG, de forma digital. Para as Micro e Pequenas Empresas, a simulação do financiamento é feita diretamente na plataforma com retorno no mesmo dia sobre o limite autorizado. As prefeituras também conseguem contratar o crédito de forma 100% pelo BDMG Digital.

Da fábrica da Standarte, em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte, saem equipamentos de reabilitação que auxiliam crianças com deficiências e problemas sensoriais em Minas Gerais, no Brasil, e até no exterior. Diante da alta demanda pelos produtos, a empresa captou R$ 120 mil no ano passado para comprar matéria prima e ferramentas e, assim, atender os clientes dentro do prazo de entrega.

Assim como Guilherme Vieira, diretor da empresa, cerca de 5 mil empreendedores mineiros recorreram ao Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) para contratar créditos em 2024 e investir em seus negócios. A maior procura por financiamentos fez com que o volume de créditos liberados pelo BDMG alcançasse o patamar histórico de R$ 3,5 bilhões no último ano, resultado 20% superior aos R$ 2,98 bilhões realizados no ano anterior, que também foi recorde.

“Além de contar com um ambiente de negócios mais desburocratizado, o empreendedor sabe que hoje em Minas existem oportunidades reais de crescimento. Esse é o trabalho do Governo do Estado que, não à toa, desde 2019, possibilita que o BDMG desembolse valor recorde em crédito em relação às últimas décadas”, declara o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio.

O balanço revela, ainda, os impactos da atuação do Banco na população e na economia: geração e apoio a 87 mil empregos, além de R$ 6,25 bilhões em faturamento estimulado e R$ 110 milhões em arrecadação de ICMS, conforme a matriz insumo-produto do BDMG.

“O BDMG avança, ano a ano, nos impactos que gera para a sociedade. Mais do que recursos, estamos falando de melhorias na qualidade de vida da população em todas as regiões do Estado, mesmo aquelas que nunca contrataram um único crédito conosco. Ao impulsionar o crescimento das empresas, o Banco estimula a geração de oportunidades e transforma realidades”, afirma o presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto.

Reforço decisivo

No catálogo da Standarte estão 80 produtos para terapia ocupacional, fisioterapia e fonoaudiologia voltados para atender crianças com deficiências motoras, sensoriais ou cognitivas. Entre os seus clientes estão clínicas, hospitais, escolas e famílias em todo Brasil, além de países como Estados Unidos e Chile.

A partir do financiamento captado junto ao BDMG, a empresa comprou mais matéria prima e ferramentas e, assim, aumentou o ritmo da produção no último ano, reduzindo em 40% o prazo de entrega ao consumidor.

“Conseguimos atender em um prazo menor. Nossos produtos requerem uma produção complexa e cuidadosa. A escolha pelo BDMG aconteceu em função de uma taxa muito atrativa e o processo ser todo online facilita muito. Depois de aprovado, em um dia o recurso estava na conta o que ajuda muito a vida do empresário que é corrida”, afirma o diretor da empresa, Guilherme Vieira.

Empresas e prefeituras de todos os portes e regiões

Considerando os setores público e privado, o Banco ultrapassou 5.500 clientes localizados em 561 cidades mineiras, ou seja, mais da metade do Estado e em todas as dez regiões para promover o desenvolvimento regional.

Entre os micro e pequenos negócios, foram R$ 505 milhões em crédito, volume 10% superior ao do ano anterior. Já os financiamentos para médias e grandes empresas somou R$ 2,6 bilhões, evolução de 18% em relação a 2023.

Considerando as prefeituras, ao longo de 2024, o total de créditos liberados cresceu 48% e chegou a R$ 486 milhões.

A partir desses financiamentos, os municípios implementaram projetos de infraestrutura, principalmente os de mobilidade e sustentabilidade, incluindo obras de contenção de enchentes, novas praças, construção de unidades de saúde e escolas, além de a eficiência energética e saneamento.