O uso da tecnologia para melhorar os processos e os atendimentos à população foi tema de encontro inédito entre prefeitos, gestores e vereadores de 40 municípios do Estado, que participaram, nesta quinta-feira (23), em Varginha, do I Fórum de Cidades Digitais do Sul de Minas, realizado pela Rede Cidade Digital (RCD) em parceria com a Prefeitura Municipal e com patrocínio do BDMG.

O Fórum teve como objetivo promover a troca de experiências e tratar as Tecnologias da Informação e Comunicação como estratégias para melhorar a qualidade de vida das pessoas e a aplicação de recursos pelas Prefeituras. “São inovações para reduzir custos, aumentar a arrecadação e fomentar a inclusão digital nos municípios, tornando a administração pública mais eficiente e próxima da população”, observou José Marinho, diretor da RCD.

Uma das pautas discutidas no Fórum foi o Programa de Modernização da Administração Tributária e da Gestão dos Setores Sociais Básicos (PMAT) como forma de financiamento para o Cidades Digitais e o Minas Digital. O programa do BNDES é uma linha de financiamento destinada a projetos que visam à modernização da administração tributária e a melhoria da qualidade dos gastos públicos.

Conforme o Gerente de Negócios Emílio Botelho, “o evento foi uma oportunidade para o BDMG divulgar o PMAT e contribuir para a modernização da administração pública municipal com aumento de arrecadação própria e redução da dependência dos municípios em relação às transferências de recursos do Estado e da União”.

Foi publicado, na última quarta-feira, 22, no Diário Oficial de Minas Gerais, o Decreto 47.155 que autoriza o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) a atuar para o Governo do Estado como estruturador de projetos de Parceria Público-Privada (PPP).

O Banco, que nos últimos anos acumulou expertise na área por meio da atuação em relevantes iniciativas de PPPs em Minas, trabalhará em três projetos definidos no âmbito do Plano PPP  2016/2017, relacionados a escolas estaduais, delegacias regionais e hospitais estaduais. Adicionalmente, o Banco atua em dois outros projetos que serão incorporados no plano no primeiro semestre de 2017.

Além de realizar a estruturação e modelagem, o BDMG poderá atuar de diferentes formas: analisar a viabilidade econômico-financeira dos projetos; assessorar a elaboração de chamamentos públicos e a avaliação de propostas preliminares e estudos técnicos; elaborar as modelagens econômico-financeiras e jurídicas dos projetos; recomendar a contratação de estudos complementares; consolidar a modelagem final dos empreendimentos;  manifestar-se formalmente sobre os estudos finais e minutas de documentos licitatórios, especificamente no que se refere aos aspectos econômico-financeiros; apoiar tecnicamente a apresentação do projeto quando da análise e deliberação pela Câmara de Orçamento e Finanças – COF; e promover os projetos junto ao mercado investidor, financiador e a outros interessados.

As PPPs, que incluem duas modalidades – a concessão administrativa e a concessão patrocinada –, são uma forma de o setor público ofertar bens e serviços à sociedade a partir de investimentos realizados pelo setor privado. O pagamento por tais investimentos – feito em prazos longos – é vinculado à qualidade dos bens e serviços entregues aos cidadãos. Podem abranger quaisquer serviços e infraestruturas públicas, como escolas, hospitais, rodovias, delegacias, presídios, saneamento, iluminação pública, dentre outros.

​De ac​ordo com o presidente do BDMG, Marco Crocco, é importante salientar que os bens e serviços permanecem sendo públicos durante todo o contrato, sendo sua gestão temporariamente concedida ao parceiro privado. O Estado continua sendo responsável pelas políticas de educação, saúde, segurança, mas o parceiro privado responde – durante o período da concessão – pela infraestrutura e pelos serviços de suporte, como limpeza e manutenção predial, entre outros, garantindo ao cidadão serviços de qualidade. “As PPPs, portanto, são instrumentos muito importantes para a ação pública e mostram que o Estado, apesar da crise, tem feito entregas importantes para o desenvolvimento econômico e social de Minas Gerais compromissado com a qualidade de vida dos mineiros”, completou.

​O BDMG financiou a modernização da linha de produção dos medidores de energia da empresa Nansen, por meio do Programa Inovacred (FINEP), com valor total de R$ 6 milhões. O financiamento viabilizará o desenvolvimento de novas famílias de medidores eletrônicos mais eficientes, com novas funcionalidades e maior vida útil. Além de mais competitivos frente ao mercado nacional e internacional, os novos produtos vão gerar economia de energia elétrica e redução do descarte de componentes eletrônicos na natureza.

Para o presidente do BDMG, Marco Crocco, apoiar empresas que buscam constante inovação é fator determinante no processo de diversificação econômica em Minas. “O Banco, por meio de crédito diferenciado e alinhado às necessidades de instituições que buscam inovações, contribui para implementação de projetos que elevam as empresas a novo paradigma de produção industrial”, afirma.

A Nansen é uma das mais relevantes fabricantes de medidores de energia da América Latina e possui em sua carteira de clientes as grandes concessionárias brasileiras e latino-americanas. A empresa está instalada em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e possui 320 funcionários. Seu foco de atuação é a produção de medidores de energia elétrica e soluções de combate à fraude.

Segundo o presidente da Nansen, Eduardo Paoliello, a empresa vem se preparando para uma grande mudança que ocorrerá no setor elétrico nos próximos anos, com destaque para o segmento de distribuição de energia. “Com o aparecimento de outras aplicações e usos da rede elétrica, como a geração distribuída, as tarifas diferenciadas e os carros elétricos, será necessária a implantação das chamadas redes inteligentes. A oferta por produtos e serviços de forte tecnologia agregada permitirá à Nansen a ocupação de um espaço relevante na futura indústria de energia”.

A empresa tem 86 anos, sempre conhecida por produzir itens de alta performance, precisão e confiabilidade. Recentemente, a empresa iniciou uma sociedade com a maior fabricante de medidores da China, a Ningbo Sanxing Electric Co. Com uma capacidade produtiva de mais de 25 milhões de medidores/ano e presença em mais de 50 países.

A previsão é que a Nansen tenha um crescimento de mais de 30% em 2016, superando o faturamento de R$110 milhões e, para 2017, a previsão é de novo crescimento, com metas de faturar acima de R$150 milhões.

“Parte desses bons números, devemos à nossa parceria com o BDMG, que vem de longa data. Sempre pudemos contar com o apoio dessa instituição. O papel do Banco no fomento à inovação e no apoio ao desenvolvimento das indústrias mineiras, merece nosso reconhecimento. O financiamento do BDMG está contribuindo para transformar a Nansen, alçando a empresa a um novo patamar de tecnologia e competitividade”, complementa Paoliello.