O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) registrou, no ano de 2018, um superávit de R$ 126 milhões. Esse foi o melhor resultado da instituição dos últimos cinco anos. Ao todo, o Banco desembolsou R$ 1,28 bilhão em financiamentos aos seus clientes, um aumento de 11% em relação a 2017. O impacto adicional na economia mineira foi de R$ 1,14 bilhão, possibilitando a criação de 23 mil novos empregos. O BDMG ainda fechou o ano com 20.951 clientes ativos, distribuídos em 754 municípios, consolidando a presença da instituição em 88% das cidades mineiras.

O presidente do BDMG, Marco Aurélio Crocco Afonso, afirma que o superávit foi obtido após a implementação de um conjunto de ações que objetivou a retomada do papel do Banco como ator estratégico no desenvolvimento econômico e social, tendo por base quatro pilares: agro, inovação, sustentabilidade e desenvolvimento regional e social. O executivo destaca que a busca pela eficiência na gestão foi um importante instrumento para que o BDMG tivesse sucesso em sua estratégia com segurança e solidez.

“Estes resultados são fruto de uma gestão acertada, que aprimorou os processos, modelos de análises, política de garantias e de recuperação de crédito, reduziu despesas, fortaleceu a governança e buscou novas fontes de recursos. No campo operacional, enfatizo a crescente digitalização do Banco, a redução de taxas para MPEs, com condições diferenciadas para as regiões de menor IDHM, mais recursos para apoiar a inovação, as atividades agrícolas e o financiamento para as empresas que querem reduzir a emissão dos gases de efeito estufa na atmosfera. Tudo isso faz do BDMG um banco conectado ao futuro, ao mesmo tempo íntegro à sua missão nos seus 56 anos”, afirmou Marco Crocco.

Confira os principais números distribuídos nos programas estratégicos do BDMG:

AGRO

Em 2018, a maior parte dos repasses foi para o setor Agro, com R$ 554 milhões, representando um aumento de 31,5% em relação a 2017.

Nesta área, o BDMG desembolsou R$ 197 milhões em operações com recursos oriundos de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e, como forma de ampliar o apoio ao produtor rural na sua atividade econômica, o Banco iniciou a operação de aquisição do título Cédula de Produto Rural (CPR), com os recursos oriundos de LCA, tendo desembolsado R$ 24 milhões até dezembro.

Em julho de 2018, o BDMG também se tornou o 8° maior repassador de recursos do FUNCAFÉ, que é um financiamento que repassa recursos aos agentes da cadeia produtiva do café com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira. O banco disponibilizou um limite de R$ 254 milhões em operações na safra 2018/2019, aumento de 26% em relação ao limite oferecido para o ano safra anterior.

DESENVOLVIMENTO REGIONAL e SOCIAL

O programa Desenvolvimento Regional e Social, que compreende ações desenvolvidas para o segmento de micro e pequenas empresas, setor público e a parceria com a Fundação Renova, efetivou um desembolso de R$ 418,4 milhões em 2018. Do montante total colocado à disposição dos clientes, R$ 155,6 milhões foram destinados a 4.573 contratos via BDMG Web para micro e pequenas empresas.

A linha de crédito Empreendedoras de Minas – exclusiva para as micro e pequenas empresas controladas por mulheres – teve R$ 25,4 milhões liberados para 783 empresas.

Para projetos de investimento do setor público, foram desembolsados R$ 123 milhões para 202 municípios, valor 53% superior em relação a 2017. Os financiamentos tiveram por finalidade obras de construção, reforma e ampliação de prédios públicos, abastecimento de água, tratamento de esgoto, gestão de resíduos sólidos, mobilidade e drenagem urbana, bem como aquisição de máquinas e equipamentos.

Em parceria com a Fundação Renova, foram atendidos 336 clientes nas regiões impactadas pelo rompimento da barragem de Fundão, com desembolso de R$ 10,9 milhões no produto Desenvolve Rio Doce. Além disso, R$ 388 milhões do Fundo Renova Municípios Não Reembolsável foram contratados por 34 prefeituras da região para projetos de saneamento e gestão de resíduos sólidos.

SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

Os financiamentos direcionados para a sustentabilidade ambiental alcançaram R$ 185 milhões em 2018, sendo 58% destinados à redução da poluição atmosférica, 20% para projetos de energia renovável e eficiência energética, 14% para biocombustíveis, 8% para obras de saneamento e resíduos e 0,4% para outros projetos sustentáveis.

O BDMG Crédito Verde – Programa de Apoio a Projetos Sustentáveis – totalizou R$ 7,8 milhões em contratações no acumulado até dezembro. O programa, lançado em junho de 2018, financia sistemas solares fotovoltaicos com recursos próprios e repasse do BNDES.

INOVAÇÃO

Foram desembolsados, em 2018, cerca de R$ 69,8 milhões no apoio ao setor de inovação. As linhas de financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foram responsáveis por 81% dos desembolsos. Além do financiamento tradicional, o BDMG teve um aporte de R$ 5,9 milhões em fundos de investimento em participações, viabilizando projetos de empresas com alto potencial de crescimento.

E para contribuir ainda mais com o ecossistema mineiro de inovação, o Banco inaugurou, em dezembro de 2018, o Hubble, um hub multisetorial voltado para startups que utilizam tecnologia de forma intensiva e inovadora.  A iniciativa é fruto de parceria do BDMG com a NXTP.Labs, cuja representante no Brasil é a LM Ventures. Os focos do Hubble, que é Open Innovation e Equity Free, são o crescimento e a expansão das startups em um ambiente de troca e de conexões com grandes corporações para impulsionar a realização de negócios. Atualmente, 15 startups estão participando da primeira rodada do Hubble.

Mais de R$ 32 milhões foram desembolsados no último ano pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) para 991 mulheres empreendedoras em 223 municípios mineiros – sendo 9% em municípios de baixo IDH. Esse é o balanço das linhas de financiamento “Empreendedoras de Minas” e “Empreendedoras de Minas – Baixo IDH”, exclusivas para micro e pequenas empresas controladas por mulheres, que completam um ano neste dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher.

A região Central foi a que recebeu o maior aporte neste período, com R$ 8,5 milhões, seguida pelo Sul de Minas, com R$ 7,7 milhões. O Triângulo Mineiro ficou em terceiro lugar, com R$ 4,2 milhões. Só no primeiro bimestre de 2019 foram desembolsados R$ 6,7 milhões para 213 clientes em 106 municípios mineiros.

“Entendemos que a população feminina tem participação importante neste segmento com bons resultados. Essa é uma política de desenvolvimento socioeconômico e de empoderamento feminino”, ressalta o presidente do BDMG, Marco Crocco.

Para acessar as linhas de crédito, as empresas precisam ter no mínimo seis meses de existência e serem controladas por empresárias mineiras. As taxas de juros são bem vantajosas, a partir de 1,39% ao mês. Os requerimentos devem ser feitos diretamente pelo site do Banco.

Segundo estimativa do grupo financeiro norte-americano Goldman Sachs, as cerca de 450 startups financeiras presentes no Brasil podem gerar 24 bilhões de dólares em receita na próxima década. O número das chamadas fintechs teve crescimento de 23% em relação a 2017, de acordo com o Radar FintechLab, o que coloca o país em posição de destaque na América Latina para o segmento. Apesar do prognóstico favorável, os desafios para essas novas empresas são grandes e contar com o apoio de programas incentivadores é fundamental para confirmar as previsões.

Em Belo Horizonte, o Hubble acaba de receber os primeiros selecionados para participar de seu programa de geração de negócios e expansão de startups. A iniciativa do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), em parceria com a LM Ventures, que opera a NXTP.Labs – gestora de venture capital que já impulsionou 400 empreendimentos na América Latina -, é uma das estratégias para fomentar empreendimentos tecnológicos no setor financeiro e fazer com que eles entrem de maneira competitiva no mercado. O hub de inovação chega em um momento propício. De acordo com uma pesquisa da Visa, feita no 2º semestre de 2018, 33,4% das fintechs entrevistadas obtiveram faturamento inferior a 500 mil reais em seu último ano e somente 16,6% delas superaram a faixa de um milhão de reais.

Ao todo, o Hubble selecionou 15 empresas que se destacaram por suas ideias disruptivas e vão agora ter uma sede especialmente preparada para recebê-las, em área nobre da capital mineira. Durante seis meses, elas participarão de workshops, palestras e mentorias com executivos de renomadas empresas. Além disso, receberão o equivalente a 100 mil reais do chamado smart money, que são aportes indiretos de tecnologias, serviços profissionais e tração de mercado. “Esperamos que as startups encontrem no Hubble um ambiente favorável para a geração de negócios com os parceiros e nossa rede de relacionamentos. Temos a expectativa de que as soluções inovadoras desenvolvidas por elas colaborem para que o BDMG, os parceiros da iniciativa e o mercado mineiro como um todo mudem de patamar com relação à utilização de tecnologias que gerem eficiência, redução de custos e conexão com o futuro”, antecipa Carolina Duarte, diretora de Negócios do BDMG.

Eduardo Carvalho, analista de investimento da LM Ventures, indica ainda que há o lado da transformação baseada nas novas tecnologias, que o mercado financeiro está enfrentando. Para ele, a melhor forma das instituições financeiras tradicionais acompanharem o atual movimento de mudança é se conectando com as startups mais inovadoras, como acontece no Hubble. “O mercado financeiro é uma das indústrias mais impactadas pelo avanço da tecnologia e por novos modelos de negócio, do investimento ao crédito. Não faltam exemplos dentro e fora do Brasil de startups sendo disruptivas: Square, Robinhood, Stripe e Nubank são só algumas. O objetivo do Hubble é ajudar nesse processo e tornar possível que novos negócios aconteçam”, conta ele.

Confira as primeiras startups que foram selecionadas para o Hubble:

Aterra Ambiental, Buskar.me, OQ Digital, Saffe Payments, Nagro, Newatt, ByeBnk, Datta, Dom Rock, Pague Veloz, LicenTia, Dunning, Kavod Lending, Kapputo e Nowigo.