Boletim Econômico do BDMG mostra que, apesar do saldo positivo de 2024, em junho, o Estado registrou seu primeiro recuo no ano, de 1,4%
O volume de vendas no comércio varejista em Minas Gerais cresceu 5,1% no primeiro semestre de 2024, similar ao desempenho do Brasil, de alta de 5,2%. Em junho, contudo, o Estado registrou seu primeiro recuo no ano, de 1,4%. No país, a retração foi de 1% no mesmo mês. Os dados estão no Boletim Econômico do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), divulgado nesta quarta-feira (14/8) a partir de levantamento do IBGE.
O economista-chefe do BDMG, Izak Carlos da Silva, destaca que o desempenho negativo de 12,3% do setor de combustíveis e lubrificantes, entre janeiro e junho deste ano, impactou o resultado mineiro. No Brasil, a queda foi menor, de 1,9%.
“Estamos com uma gasolina mais cara no Estado do que na média do país em função do custo mais elevado do frete e do refino em Minas Gerais. Também estamos produzindo menos gasolina do que o restante do país. Assim, observamos uma substituição desse produto pelo consumo do etanol e gás natural, o que diminui a demanda por gasolina. Esse movimento tem efeito sobre a cadeia como um todo e sobre a comercialização de combustíveis”, explica. Ele lembra, ainda, que este setor tem um peso maior para Minas Gerais do que para o restante do Brasil.
Segundo ele, o comportamento do setor de alimentos e bebidas em Minas Gerais neste ano também está em níveis abaixo do esperado em função de uma acomodação das grandes redes no Estado em 2024.
Izak Carlos da Silva também pontua que o primeiro recuo do Estado está associado ao patamar elevado de atividades que Minas Gerais registrou nos últimos meses. “Observamos uma boca de jacaré, ou seja, Minas Gerais cresceu muito mais do que o Brasil no pós-pandemia. Isso significa que estamos no topo do nosso nível de produção e volume de comercialização”, afirma.
Os dados na íntegra do Boletim Econômico do BDMG estão disponíveis aqui.