Minas Gerais sente o impacto do mercado chinês que reduz sua demanda por minério de ferro
A produção industrial mineira recuou 0,5% em abril em comparação com o mês anterior, o mesmo resultado verificado no país. Apesar da retração, o Estado fecha o quadrimestre com alta de 2,6%, resultado inferior ao do Brasil, de 3,5%. Os dados estão no Boletim Econômico do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) divulgado nesta sexta-feira (14/6) a partir dos dados do IBGE.
Em Minas Gerais, o crescimento da indústria extrativa foi de 7% e o da de transformação, 0,8%, no primeiro quadrimestre. Na avaliação do economista-chefe do BDMG, Izak Carlos da Silva, o cenário mostra uma recuperação em relação aos meses anteriores, quando o recuo havia sido mais expressivo. Ele explica que os números estão associados ao mercado chinês, que demandou menos minério de ferro.
“Os resultados ficaram aquém do esperado. A China reduziu a demanda por minério de ferro, o que impacta a nossa produção. Também observamos uma redução na produção siderúrgica chinesa, o que igualmente nos impacta. No restante do mundo, o movimento foi similar. Isso afeta a cadeia siderúrgica mineira como um todo, incluindo metalurgia e máquinas e equipamentos, que foram os setores que puxaram nosso desempenho para baixo”, analisa.
Em Minas Gerais, no primeiro quadrimestre, a metalurgia fechou em queda de 5,2%. O setor de máquinas e equipamentos recuou 10,1% no mesmo período. Izak Silva pontua, ainda, a retração de 3,5% em petróleo e biocombustíveis no primeiro quadrimestre de 2024.
“Temos os fatores preço e quantidade. Em abril, houve a redução de preço dos combustíveis e, comparativamente ao ano passado, a economia está menos aquecida, o que também impacta o setor”, afirma Izak Silva.
Perspectiva
A cota de importação criada no Brasil para conter a entrada do aço estrangeiro no país deve contribuir para a recuperação da siderurgia mineira nos próximos meses, segundo a avaliação do economista-chefe. “Isso deve beneficiar a siderurgia e todos os segmentos encadeados a ela”, afirma Izak Silva.
Confira aqui a íntegra do Boletim Econômico da indústria mineira.