Boletim Econômico do BDMG aponta investimentos do agronegócio e bom desempenho da indústria extrativa do Estado; no país, alta foi menor, de 0,1%
A produção industrial mineira cresceu 1,8% em agosto em comparação com o mês anterior, sendo o segundo melhor resultado do país, atrás apenas do Ceará, onde a alta foi de 2,7%. No Brasil, o avanço foi menor, de 0,1%. No acumulado do ano, o crescimento é de 2,7% no Estado, semelhante ao nacional, de 3%. Os dados estão no Boletim Econômico do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) divulgado nesta terça-feira (8/10) a partir dos dados do IBGE.
Na avaliação do assessor econômico do BDMG Bruno Inácio, o crescimento em setores como produtos químicos e veículos, especialmente tratores, aponta um momento de investimentos do agronegócio mineiro.
“Observamos o aquecimento da indústria de produtos químicos que são insumos da agricultura, como os herbicidas. Veículos também cresceu, com destaque para tratores e transportes de cargas, além dos automóveis. Finalizamos a colheita de algumas culturas e podemos dizer que o agricultor faz investimentos para as próximas safras”, explica o assessor, lembrando que o crédito do Plano Safra foi lançado com atraso neste ano, empurrando para o segundo semestre alguns investimentos do setor.
O assessor econômico aponta, ainda, o bom desempenho da indústria extrativa no Estado, mesmo diante da queda na demanda externa e redução do preço do minério de ferro no mercado internacional. Em 2024, a alta em Minas Gerais soma 6,6%.
Para o segundo semestre, Bruno Inácio acredita que a indústria mineira deve continuar registrando números superiores à média nacional. O ponto de atenção, para ele, pode ser o comportamento mais cauteloso dos empresários após a mudança na política monetária brasileira. Em setembro, pela primeira vez no atual Governo, a taxa básica de juros subiu 0,25 ponto percentual. “Vínhamos com uma política monetária menos contracionista. A expectativa para a indústria mineira é positiva, contudo, será preciso observar o impacto do aumento da taxa de juros no nível dos investimentos” afirma Bruno Inácio.
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