Sergio Gusmão Suchodolski* e Perpétuo Cajazeiras**
Publicado originalmente nos jornais Correio Braziliense e Estado de Minas, em 09/12/2019
Qual o papel dos bancos de desenvolvimento no século 21? Essa pergunta, que enseja longo debate e admite distintas respostas, ganhou novo e contundente significado com o agravamento das mudanças do clima e seus efeitos. De acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, são necessários recursos da ordem de US$ 3,6 trilhões anuais para o financiamento adequado das metas previstas nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Nesse contexto, um dos focos da COP 25, em Madri, será o papel dos bancos de desenvolvimento (BDs) na transição para uma nova economia.Os BDs possuem capacidade única de mobilizar e canalizar recursos em escala necessária para um programa global massivo de investimentos verdes e de criação e difusão de tecnologias voltadas à mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
Além disso, os BDs são conexão fundamental entre políticas governamentais voltadas ao desenvolvimento sustentável e à ação do setor privado, atuando no preenchimento de brechas de financiamento em setores estratégicos e de maior risco alocativo. Entre os temas endereçados na COP 25, pelo menos três vetores merecerão máxima atenção. Primeiro, a necessária estruturação de uma metodologia comum para classificação de projetos e atividades financiadas, permitindo a clara separação entre aqueles que são consistentes com o Acordo de Paris e com a Agenda 2030 e aqueles que não o são. Isso permitirá a elaboração de relatórios mais consistentes, padronizados e compreensíveis em escala global.
Em segundo lugar, a necessária construção de uma arquitetura global de financiamento climático, ampliando o acesso das instituições locais e regionais de desenvolvimento aos recursos disponíveis em nível internacional, por meio do desenvolvimento de linhas em condições de custo e prazo adequados.
Por fim, é fundamental avançarmos em consensos sólidos sobre os novos modelos de negócios para os bancos de desenvolvimento, avançando da simples atividade de intermediação financeira para a prestação de serviços de assessoria técnica, estruturação de projetos e facilitação de novos negócios.
O Brasil e seus BDs terão voz em Madri. Organizados em torno da Associação Brasileira de Desenvolvimento – ABDE, que completa meio século de existência neste ano de 2019 – pretende-se compartilhar experiências bem-sucedidas no financiamento de ações sustentáveis. Uma delas é Plano ABC, que já alterou a forma de uso e ocupação do solo com tecnologias de baixo carbono em 53,76 milhões de hectares, segundo o Ministério da Agricultura, mediante financiamentos de R$ 17,3 bilhões entre as safras de 2010/11 e 2018/19.Os BDs adaptaram-se de forma consistente aos diferentes desafios do desenvolvimento nessas cinco décadas. Mas agora estamos diante de um ponto de inflexão, que passa pela revisão do papel dessas instituições e da governança financeira global; pela promoção de uma agenda robusta de investimentos em setores e tecnologias mais sustentáveis.
Por fim, é urgente reforçar a presença brasileira em novas instituições de peso no financiamento global, como o NDB – o banco do Brics – e o Asian Infrastructure Investment Bank – AIIB, explorando as oportunidades trazidas por essas instituições. Os desafios estão postos. Os BDs, ao redirecionarem as prioridades estratégicas em torno do contexto climático e seus efeitos, podem ser vetores fundamentais na construção de um futuro sustentável e conectado com as necessidades de uma economia em transformação.
* presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e 1º vice-presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE)
**diretor do Banco do Nordeste e presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE)
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